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Enviada por:
Valéria Pinhatari Nóbrega

 

Certamente as recordações mais frescas e tenras que guardo na memória incluem minha vivencia no Colégio Consolata, instituição referência para fases da minha formação intelectual, cultural e humana, compreendida na infância e início da adolescência.

Ainda hoje me lembro com clareza, sem grandes esforços, o dia em que realizei o teste seletivo para ingressar na pré-escola.

Lembro-me também do meu primeiro dia de aula. Confesso que naquela época eu não entendia porque as crianças choravam tanto, contudo hoje, antagonicamente, compreendo porque chorei ao deixá-la.

Muitas recordações me fazem viajar no tempo em que a brincadeira era coisa séria, em que fui uma estrela na festa de natal e um cacto numa apresentação teatral.

Ah! Quantas coisas a gente pode ser quando criança não?

Quantos nomes e sobrenomes ainda guardados na memória...

Amiguinhos que hoje provavelmente levam seus filhosà escola, ajudam o próximo, administram seu tempo entre uma reunião e outra, lutam para encontrar a felicidade, não compreendem ou compreendem o tempo, a vida, e às vezes, repousam seus pensamentos em algum lugar do passado buscando recuperar o fôlego para mais uma etapa, jornada, desafio...

Quantos sabores, cheiros e sensações se eternizaram, como o pão com carne da cantina, a esfiha, a coxinha, as idas ao recanto, os desfiles de 7 de setembro, as campanhas da fraternidade, os ensaios pra festa junina, o conga, o bamba, a carteirinha que não podia ser esquecida, o uniforme gala,
de educação física, as irmãs, as aulas, os professores, a iniciação científica, as gincanas, a vida brotando e com ela a racionalidade ocupando o lugar da fantasia...

Sempre fui uma criança, digamos indisciplinada, nunca recusei um bom papo, uma boa companhia, e claro, a possibilidade de uma gostosa e sincera gargalhada, lamentável ou não, faço isso até hoje, descobri que é de
minha natureza.
Entre uma advertência e outra (foram várias de indisciplina
e lição de casa) um castigo e outro, fui percebendo, a duras penas, que sou o tipo de pessoa que produz melhor sobre pressão. Sou a típica brasileira que deixa tudo pra última hora, que estuda um dia antes da prova, que procura resolver o problema quando ele aparece, que pechincha o preço do sapato, que não suporta injustiças e que acima de tudo busca compreender a si mesma e o mundo em que vivemos.

Por estas, e por tantas outras me senti profundamente tocada e inspirada o encontrar no oceano da Internet a historia da escola que foi minha casa por tantos anos.

Posso me considerar privilegiada por ter tido tantas mães, pais e irmãos, alguns mais legais que os outros evidentemente, mas nunca menos importante.

Posso me considerar privilegiada por ter a oportunidade de expressar uma fração deste sentimento, e revelar a quem possa interessar, que todos aqueles que cruzaram meu caminho naquela época, me estenderam a mão mesmo involuntariamente, para que eu me transformasse no que hoje sou, uma mulher que respeita a vida, e realiza um investimento e empenho
absoluto pra vivenciar e cuidar das sementes plantadas naquele período tão extraordinário.

Hoje aos 28 anos, bacharel em Psicologia, atuando no Hospital das Clínicas, quando paro para pra pensar, refletir, analisar ou me olho no espelho, ainda vejo reflexos daquela criança curiosa que tem muitas lições a aprender, com a família, noivo, amigos, filhos, netos, sociedade, e que chega a pura e simples conclusão de que nada sabe, e que, levamos da vida a vida que a gente leva.

Basicamente é isso.

Um abraço a todos,

 

Valéria Pinhatari Nóbrega

vpinhatari@yahoo.com.br
9842 3852
Ano de formatura (8ªsérie) 1989


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