MAIO: Mês de Maria  
Ir. Cecilia Beltrame

Diretora do
Colégio
Consolata

 

Publicado dia 23 de maio de 2018.
 

 

   

 

Participe conosco da Celebração de Beatificação da mártir Ir. Leonella, dia 26 de maio de 2018, às 17h00, presidida por Dom Odilo Sheler na Paróquia Nossa Senhora de Fátima Imirim

A CORAGEM DO PERDÃO

Socializo com o nosso leitor a interessante  reportagem (17/05/2018) da nossa Madre Geral, Simona Brambilla sobre a missionária  Leonella Sgorbati  que acolheu o seu martírio com lucidez e amor.

No dia 8 de novembro de 2017 o Papa Francisco autorizou a promulgação do decreto sobre o martírio da irmã Leonella Sgorbati, missionária da Consolata, abrindo portas à sua beatificação, que vai ter lugar a 26 de maio 2018, em Placência, Itália. A propósito, entrevistamos a irmã Simona Brambilla, superiora-geral das Missionárias da Consolata

Como é que a sua congregação vê a beatificação da irmã Leonella?

Com grande alegria. É a confirmação da autenticidade do carisma que nos foi transmitido pelo Fundador, o Beato Allamano, que desejava que entre os seus filhos e filhas, o Senhor escolhesse algum ou alguma como mártir de Cristo.
É possível traçar um perfil espiritual e missionário da irmã Leonella?

Sim, lendo os seus diários, e não só, dá para seguir o desenvolvimento da sua personalidade espiritual. Notamos um progressivo crescimento da sua união com Cristo, uma experiência profundamente eucarística, que a leva a sentir-se e a ser uma só, até estar pronta para derramar com Ele o seu sangue. Quando Leonella partiu para a Somália, após um mês sabático na Itália, em 2006, ela estava ciente do seu chamamento ao martírio, e acolheu-o com lucidez e amor. Caracteriza-a esta doação até ao fim, ou seja, a total entrega de si a Deus, até doar a própria vida. Ela lembra-nos a razão da nossa fundação: ser e viver entre os não-cristãos.

Como interpreta as últimas palavras pronunciadas pela irmã Leonella no momento da sua morte, a 17 de setembro de 2006, em Mogadiscio, na Somália?
São três palavras que resumem o evangelho. É impressionante notar que Leonella recebe sete balas, sete feridas de arma de fogo, e responde com três palavras: “perdão, perdão, perdão”. Assim, Leonella quebra o círculo da violência e extingue a força bruta daquelas balas mortais, pronunciando palavras de vida, palavras imortais.

A celebração da Beatificação da irmã Leonella vai ser em Placência. Algum motivo especial? Quem vai presidir?
Placência é a diocese onde a irmã Leonella nasceu, uma diocese vibrante que acompanhou sempre com grande interesse e compromisso a vida missionária de Leonella e o processo da sua Causa de Beatificação. Celebrar ali a sua beatificação também representa uma ocasião para animar missionariamente aquela Diocese. O Cardeal Amato, Prefeito da Congregação para a Causa dos Santos, presidirá a celebração.
“É fácil termos medo uns dos outros, mas quando existe medo não resta lugar para o amor”, disse um dia a irmã Leonella,. Terá sido esta atitude destemida que a levou a abraçar a missão na Somália, sabendo dos perigos que corria?

Esta atitude provém do carisma que ela encarnava na sua vida de uma forma viva e vibrante. É a força deste carisma missionário, de saber-se enviada por Cristo a quem não O conhece, que leva Leonella até à Somália, pondo em risco a própria vida.
Depois da irmã Beata Irene Stefani, agora também a irmã Leonella passa a ser venerada na Igreja. As Missionárias da Consolata têm duas intercessoras que são também inspiradoras da missão. Deixe-nos algumas palavras também sobre a Beata Irene.

A Beata Irene partilha com a irmã Leonella a doação total de si mesmas a Deus até ao fim. E ambas nos remetem para a origem da nossa fundação: ser e viver entre os não-cristãos. A Irene caracteriza-a uma vida de intensa caridade, que se consome através dos anos, como uma vela que arde e se extingue, emanando luz de misericórdia.
A Igreja Católica apresenta o martírio como o ponto mais alto do testemunho cristão. Como vê a dimensão do martírio, hoje, no carisma da Consolata, na vida da Igreja, na missão?

É uma dimensão fundamental do cristianismo e é uma dimensão muito particular do nosso carisma. Podemos distinguir três fases, não necessariamente cronológicas, no nosso percurso missionário. A missão conhece uma fase de envio, caracterizada pela consciência viva do chamamento, de partir e inserir-se em culturas e povos diversos. Vem depois a fase da ação apostólica, caracterizada pelo "embate" do caminho de Deus com o do povo, e do "semear" a Palavra, numa recíproca partilha de dons. Finalmente, vem a terceira fase, que representa o culminar da missão: a entrega total de si, até o dom da própria vida. Aqui, Leonella e cada missionário e missionária realizam plenamente a sua vocação.

Ir. Cecilia Beltrame
Diretora