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“Ressuscitou como havia dito
”Somos testemunhas do medo ou da ressurreição?
“Depois do sábado, ao raiar o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro. De repente, houve um grande terremoto: o anjo do Senhor desceu do céu e, aproximando-se, removeu a pedra e sentou-se nela. Sua aparência era como um relâmpago, e suas vestes, brancas como a neve. Os guardas ficaram com tanto medo do anjo que tremeram e ficaram como mortos. Então o anjo falou às mulheres: ‘Vós não precisais ter medo! Sei que procurais Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui! Ressuscitou como havia dito! Vinde ver o lugar em que ele estava. Ide depressa contar aos discípulos: ‘Ele ressuscitou dos mortos e vai à vossa frente para a Galileia. Lá o vereis’. É o que tenho a vos dizer’. E saindo às pressas do túmulo, com sentimentos de temor e de grande alegria, correram para dar a notícia aos discípulos.” (São Mateus 28,1-8) |
Ninguém ressuscitará se não cultivar um olhar ressuscitado para sua própria história. Compreendamos que o sepulcro está vazio, mas é preciso coragem para remover a pedra e aceitar a presença de Cristo ressuscitado em nosso meio. Podemos até ser como Tomé, querer tocar nas chagas para acreditar; ou como Maria Madalena, que vê Jesus, mas não o reconhece; ou ainda, como os discípulos de Emaús, que se sentindo derrotados não percebem Jesus que lhes acompanha.
Após um fracasso, humanamente falando, para quem se sente só e abandonado, a tentação é a de olhar para trás, para aquilo que aconteceu ontem ou então, permanecer nos muitos sepulcros que prometem algo e que não dão em nada. Por isso é Páscoa! É hora de remover a pedra dos afetos e das emoções, das lamúrias e dores. É hora de remover essa pedra e ressurgir.
Na ressurreição de Cristo, encontramos dois tipos de testemunhas: os guardas e as mulheres. Os guardas se tornaram testemunhas do medo, já as mulheres saem para anunciar, testemunhar que o Senhor ressuscitou.
Somos testemunhas do medo quando:
Vivemos na desesperança: Não permitimos que a ressurreição adentre em nosso coração; fechamo-nos às manifestações e à voz de Deus, resistindo ao Seu amor.
Falta-nos confiança: Independente das dificuldades que nos visitam, se confiarmos e nos abandonarmos em Deus, nada nos faltará. Inúmeros são os sepulcros, mas é preciso confiar no Senhor. Para ter fé, temos de conviver mais com as perguntas do que com as respostas.
Falta-nos ousadia: Não precisamos sentir, mas sim nos abandonar. Não vacilemos diante dos desafios, mas ousemos na fé. Ousar na fé é dar passos, mesmo sem saber aonde chegaremos, pois a confiança nos leva a ir além.
Falta-nos alegria: A alegria não está na vida daqueles que são testemunhas do medo, não existe autêntico seguimento de Cristo sem ser alegre. O discípulo alegre busca a alegria na ressurreição do Senhor.
Vivemos carentes: É difícil conviver com pessoas carentes, tão necessitadas de atenção! As carências são vazios que ficaram em nosso coração por não termos recebido o amor de que necessitávamos ao longo do nosso caminho. A carência é uma desnutrição emocional.
Somos testemunhas da ressurreição quando:
Alimentamo-nos do Cristo ressuscitado. Trazemos em nós características que anunciam a ressurreição.
Cultivamos a esperança. Quem vive a esperança não se deixa encarcerar por sentimentos que o impede de sair do sepulcro. O Senhor nos convida a termos um olhar de esperança para as diversas situações que vivemos, seja no matrimônio, profissão, família, doença... O Senhor sempre tira algo de bom de tudo o que nos acontece.
Viramos a página e seguimos adiante: Deus não escreve uma nova história se não virarmos a página e O deixarmos escrever novamente. Deixemos o Senhor reescrever nossa história.
Não desistimos diante das dificuldades: Somente cresceremos como Deus quer quando soubermos superar a força do vento que vem para nos sacudir e tirar a paz. Tenhamos coragem para anunciar com alegria o Senhor ressuscitado. A vida é bela, “ama e faz o que queres”!
Por isso é Páscoa! É preciso maravilhar-se novamente com Cristo ressuscitado, para podermos sair dos nossos espaços vazios e abrir-nos à esperança que remove as pedras do nosso sepulcro e nos dá coragem para anunciarmos pelo mundo afora o Evangelho da vida.
Que a luz do Jesus ressuscitado ilumine doravante o nosso caminhar e nos dê forças para prosseguirmos.
Que a Páscoa aconteça em plenitude em nossa vida, família, amigos e comunidade!
Votos de Santa e Feliz Páscoa!
Com carinho,
Ir. Cecilia Beltrame
Direção
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